Sepultar os mortos; cuidar dos vivos; fechar os portos
Escrito por Prof. Luiz Marins (antropólogo, escritor)
Fonte: https://www.anthropos.com.br/280-textos-de-motivacao-e-sucesso/349-sepultar-os-mortos-cuidar-dos-vivos-fechar-os-portos.html
Dizem que passado o terremoto de Lisboa (1755), o rei Dom José perguntou ao General Pedro DAlmeida, Marquês de Alorna, o que se havia de fazer. Ele respondeu ao rei: Sepultar os mortos, cuidar dos vivos e fechar os portos.
Essa resposta
simples, franca e direta tem muito a nos ensinar.
Muitas vezes temos
em nossa vida empresarial e mesmo pessoal, terremotos avassaladores
como o de Lisboa no século XVIII. A catástrofe é tão
grande que muitas vezes perdemos a capacidade de raciocinar de forma simples,
objetiva. Esses terremotos podem ser de toda ordem: um lote de produtos
com defeito que saiu de nossa indústria para o mercado sem que tenhamos
detectado a tempo; produtos contaminados que causaram problemas; erros incorrigíveis
cometidos por nossos funcionários em relação ao nosso melhor
cliente, etc, etc. Todos nós estamos sujeitos a terremotos
na vida. Quem está competindo no mercado sabe que há falhas
geológicas indetectáveis sob nossos pés e que podem
gerar um tremor a qualquer instante sem que estejamos preparados.
O que fazer?
Exatamente o disse o Marquês de Alorna: Sepultar os mortos, cuidar dos vivos e fechar os portos.
E o que isso quer dizer para a nossa vida empresarial e pessoal? Que lições podemos tirar desse conselho a D. José?
Sepultar os mortos significa que não adianta ficar reclamando e chorando o passado. É preciso sepultar o passado. Colocar o passado debaixo da terra. Isso significa esquecer o passado. Pouco ou nada resolve abrirmos uma sindicância para descobrir os culpados pelo terremoto. Também não adianta ficarmos discutindo como teria sido se o terremoto não tivesse ocorrido. Ou ainda se Lisboa estivesse situada fora da falha geológica que gerou o terremoto. Enterrar os mortos. E a verdade é que muitas empresas e pessoas têm enorme dificuldade em enterrar os mortos. Ficam anos e anos em atitude de um eterno velório. Passado o terremoto, lembre-se, a primeira coisa a ser feita é enterrar os mortos.
Cuidar dos vivos significa que depois de enterrar o passado, temos que cuidar do presente. Cuidar do que ficou vivo. Cuidar do que sobrou. Cuidar do que realmente existe. Fazer o que tiver que ser feito para salvar o que restou do terremoto. Dar foco ao presente só será possível se enterrarmos os mortos, esquecermos o passado. Cuidar dos vivos significa reunir pessoas e bens que sobreviveram ao terremoto e rearranjá-los de forma a servirem para a reconstrução, para o novo. Muitas empresas e pessoas não conseguem dar foco ao presente para cuidar dos vivos. Vivem o tempo todo na ilusão do que poderia não ter ocorrido. Não conseguem se desligar. Não têm energia para cuidar dos vivos
Fechar os portos significa não deixar as portas abertas para que novos problemas possam surgir ou vir de fora enquanto estamos cuidando dos vivos e salvando o que restou do terremoto de nossa empresa ou de nossa vida. Significa não permitir que novos problemas nos desviem do cuidar dos vivos.
Fechar os portos também é necessário porque quando você está passando por um terremoto, seus adversários e inimigos sabem de sua fragilidade e possível desesperança. E aí quererão aproveitar-se de sua fraqueza. Se você deixar seus portos abertos poderá ter que lutar contra os invasores, vampiros e abutres que virão espreitar a sua desgraça. Feche os portos!
Os conselhos do Marquês de Alorna a D. José são de uma sabedoria indiscutível. Serviram para a reconstrução de Lisboa em 1755 e servem para nossas empresas e nossas vidas pessoas neste século.
É assim
que a história nos ensina. Por isso a história é a
mestra da vida. Portanto, quando você ou sua empresa enfrentarem
um terremoto, não se esqueça: enterre os mortos, cuide dos vivos
e feche os portos!
Pense nisso. Sucesso!
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